quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Impasse no valor de indenizações

Um impasse nas negociações de indenização das áreas que serão inundadas pela represa da Usina do Baixo Iguaçu coloca o empreendimento em risco. O problema está no valor oferecido pela Neoenergia, holding que venceu leilão para a construção da hidrelétrica, e na soma que as famílias de atingidos querem receber. Caso a empresa não pague o que eles consideram justo, diretores da Adahabi, a Associação dos Atingidos da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu, ela não entrará nas terras e a obra não sairá.
O presidente da Adahabi, Plínio Pedro Primo, informa que as negociações estão suspensas, já que o valor oferecido pela Neoenergia está muito abaixo daquilo que é almejado e do preço de mercado não só das terras, mas também das benfeitorias. “O valor justo que os atingidos esperam receber é o de mercado das terras e das benfeitorias, acrescido de compensação pelos transtornos, já que a maioria perderá apenas uma pequena parte de suas áreas e, se quiserem continuar a produzir, terão de adquirir outras distantes de suas propriedades, onde terão de construir nova estrutura de produção”.
O valor oferecido pela Neoenergia (revelado apenas às pessoas diretamente envolvidas com a questão) é considerado muito abaixo daquele praticado na região. O vice-presidente da Associação dos Atingidos, Nerei Alberto Bernardi, lembra que quando da realização das oficinas e das audiências púbicas sobre o tema ficou estabelecido que, em caso de construção da usina, o vencedor do leilão, dono do empreendimento, deveria proceder indenização justa aos atingidos. Para tanto, levaria em consideração não somente o valor real da propriedade (terra e benfeitorias), mas também as questões social e relacionada aos transtornos, devendo haver compensação por tudo isso. 

359 famílias

De acordo com o Rima, Relatório de Impacto Ambiental, o número de famílias atingidas pelo futuro empreendimento será de 359. O total da área a ser indenizada é de 13,59 quilômetros quadrados. Considerando a área do rio Iguaçu que será empregada na execução da obra e formação do lago, a soma chegará aos 31 quilômetros quadrados. A Adahabi, associação sem fins lucrativos, foi criada em 2004 para defender os interesses dos atingidos da Usina do Baixo Iguaçu.
Jean Paterno
Área em que deverá ser construída a barragem da futura Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu: obra custará R$ 1,6 bilhão

Hidrelétrica vai custar R$ 1,6 bilhão 

A Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu é um dos empreendimentos previstos no PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, lançado ainda à época em que o presidente era Luiz Inácio Lula da Silva. As questões burocráticas entorno das obras se arrastam há cerca de oito anos. O investimento na estrutura é de R$ 1,6 bilhão e no auge dos trabalhos a previsão é de ocupar a força de trabalho de cerca de três mil pessoas.
Diante de vários questionamentos ambientais, o projeto da hidrelétrica é considerado um modelo em preservação. Em proporção ao volume de energia que deverá ser gerado, suficiente para abastecer cidade com um milhão de habitantes, o lago da hidrelétrica será um dos menores do País. Conforme acordo assinado pela Neoenergia com o Ministério de Minas e Energia, o início da produção deverá ocorrer em 2016.

Holding 


A Neoenergia, empresa com sede no Rio de Janeiro, é uma holding que tem como acionistas a Previ, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, o Grupo Iberdrola – empresa espanhola - e o Banco do Brasil Investimentos