A usina hidrelétrica é uma instalação que transforma a energia potencial hidráulica em energia elétrica. Para que isso aconteça, é necessário que exista um desnível hidráulico natural, ou criado por uma barragem, para captação e condução da água à turbina. Uma usina hidrelétrica é composta por barragem, reservatório, casa de força, circuito hidráulico e subestação elevadora.
O reservatório é formado pelo represamento das águas do rio, por meio da construção de uma barragem. Na barragem, é construído o vertedouro da usina, por onde passa o excesso de água do reservatório. A casa de força é o local onde são instalados os equipamentos para produção de energia. O circuito hidráulico, é formado por condutos, canais ou túneis, que levam a água das barragens até as turbinas.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
terça-feira, 16 de julho de 2013
famílias atingidas se apegam a Deus e a líderes políticos
Vilmar Gress com a imagem do santo: apoio às famílias |
A movimentação dos agricultores que
serão atingidos pela Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu se apegou à religião, às
amizades com os moradores que vão ficar na Linha Marechal Lott, distante dois
quilômetros da futura usina, aos deputados estaduais e federais e a maior
símbolo da pátria: a bandeira nacional.
Na chegada ao acampamento montado às margens da estrada de terra, no começo
da tarde de domingo, 14, a primeira coisa que observei foi uma cruz colocada
numa encruzilhada e a bandeira do Brasil. A cruz na encruzilhada parecia
demonstrar a situação em que vivem os agricultores: se ficar “o bicho come, se
correr o bicho pega”. Várias faixas foram colocadas numa cerca de arame farpado,
cobrando da Neoenergia a abertura de negociações, que as negociações sejam
éticas e também criticas os valores propostos.Notícias relacionadas
Estavam ali, na recepção à reportagem do JdeB, um grupo de dez pessoas de várias idades. Vilmar Gress, agricultor e morador Marechal Lott, também estava junto com o pessoal. Ele chegou a carregar a imagem de São João Batista para demonstrar a fé do povo num desfecho favorável às famílias.
“Tô protestando contra os baixos preços das terras, eles (Neoenergia) não querem negociação. Eles querem só ocupar as terras e não querem pagar o justo que vale. Eu tô junto até a hora que precisar. Não vamos abrir”, disse o agricultor.
As famílias se reuniram no centro comunitário da vila domingo de manhã, conversaram sobre o movimento e depois foi servido o almoço. Alguns vieram de ônibus e outros de carro de municípios próximos que também terão áreas alagadas pela hidrelétrica.
Ao lado do pavilhão estavam algumas máquinas e caminhões da empreiteira Odebrecht, que vai construir a usina. Dois garotinhos olhavam para as máquinas, possivelmente admirados. Veículos e máquinas novos, prontos para começar o trabalho.
A reportagem chegou ao local para colher mais alguns depoimentos e fotos. Mas o pessoal sugeriu que as fotos fossem feitas no acampamento, distante cerca de 500 metros dali. Em pouco tempo as pessoas se deslocaram até lá. A foto foi diante da cruz e o pessoal fez até pose. Naquele momento, vários moradores aproveitaram para assinar uma lista de presença.
A corrente que teria impedido a passagem de alguns veículos já não estava mais colocada entre os palanques. Mauro Zapani disse que o tráfego estava normal. Mas a mesa do altar em que foi celebrado um culto no dia anterior continuava ali, no meio da estrada. Em cima da mesa havia uma cruz com a imagem de Cristo e uma imagem de São João Batista. Alguns veículos passaram pelo local, mas ao lado da mesa.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Atingidos voltam a requerer indenização justa
Produtores rurais que terão parte de suas propriedades
ocupadas pelo futuro reservatório da Usina do Baixo Iguaçu voltam a protestar.
Eles vão se reunir a partir das 8h de hoje na comunidade rural de Marechal Loth,
em Capanema, nas proximidades do futuro canteiro de obras da hidrelétrica. A
manifestação, que espera reunir centenas de pessoas, ocorrerá poucas semanas
depois de um encontro em Capitão Leônidas Marques que teve até passeata pelas
principais ruas da cidade.
O protesto é organizado pela Adahbi, a Associação dos
Atingidos pela Barragem da Hidrelétrica do Baixo Iguaçu. “Mais uma vez, os
agricultores tentam chamar a atenção das autoridades para uma questão que
precisa de resposta séria e coesa”, informa o presidente da entidade, o
agricultor Plínio Primo. O problema que se arrasta há meses envolve o valor das
indenizações das áreas que serão inundadas pela represa da hidrelétrica.
A Neoenergia, que venceu a licitação para a implantação do
empreendimento, oferece valores entre R$ 24 mil e R$ 66 mil por alqueire,
considerados distantes da realidade do mercado da terra na região dos cinco
municípios que terão parte do seu território inundado pela formação do
reservatório – Capitão, Capanema, Realeza, Planalto e Nova Prata do Iguaçu. O
valor que os lavradores consideram justo é a partir de duas mil sacas de soja
por alqueire, na casa dos R$ 120 mil.
Os lavradores informam que entendem a importância da obra, no entanto não
aceitam uma decisão unilateral para definir o valor de propriedades que
conquistaram com tanto trabalho e dificuldades. “Queremos o que é justo, só
isso”, conforme Plínio, que explica que, em função de o reservatório ser
pequeno, as áreas serão apenas parcialmente inundadas. “Com isso, para dar
sequência ao mesmo nível de plantio, o produtor rural terá de comprar outro
pedaço de terra e manter duas sedes, o que tornará a operação mais cara e
desgastante”.390 famílias
Com a formação de um reservatório de 15 quilômetros quadrados, 390 famílias de cinco municípios serão atingidas. A decisão é de apelar para o diálogo e para o bom senso, no entanto os rumos do movimento poderão ser endurecidos caso as outras partes envolvidas não cedam. Um dos que apostam na conversa é o prefeito de Capitão, Ivar Barea (PDT), que pede à Neoenergia que revise a tabela de valores e respeite o contexto das famílias e a realidade do mercado agrário regional, valorizado em função de áreas férteis e bons níveis de produtividade. A Hidrelétrica do Baixo Iguaçu é uma das obras previstas no PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, e está orçada em R$ 1,7 bilhão. No auge dos trabalhos, ela deverá gerar ocupação a três mil trabalhadores direta e indiretamente. A previsão é de que ela fique pronta três anos depois de iniciada e, em funcionamento, terá capacidade para atender mais de 1,5 milhão de habitantes. A autorização para o início dos trabalhos foi dada pelo Governo Beto Richa, já que a Copel é parceira no projeto, há cerca de 15 dias.
oparana.com.br
Assinar:
Postagens (Atom)