quarta-feira, 10 de julho de 2013

Atingidos voltam a requerer indenização justa

Produtores rurais que terão parte de suas propriedades ocupadas pelo futuro reservatório da Usina do Baixo Iguaçu voltam a protestar. Eles vão se reunir a partir das 8h de hoje na comunidade rural de Marechal Loth, em Capanema, nas proximidades do futuro canteiro de obras da hidrelétrica. A manifestação, que espera reunir centenas de pessoas, ocorrerá poucas semanas depois de um encontro em Capitão Leônidas Marques que teve até passeata pelas principais ruas da cidade.
O protesto é organizado pela Adahbi, a Associação dos Atingidos pela Barragem da Hidrelétrica do Baixo Iguaçu. “Mais uma vez, os agricultores tentam chamar a atenção das autoridades para uma questão que precisa de resposta séria e coesa”, informa o presidente da entidade, o agricultor Plínio Primo. O problema que se arrasta há meses envolve o valor das indenizações das áreas que serão inundadas pela represa da hidrelétrica.
A Neoenergia, que venceu a licitação para a implantação do empreendimento, oferece valores entre R$ 24 mil e R$ 66 mil por alqueire, considerados distantes da realidade do mercado da terra na região dos cinco municípios que terão parte do seu território inundado pela formação do reservatório – Capitão, Capanema, Realeza, Planalto e Nova Prata do Iguaçu. O valor que os lavradores consideram justo é a partir de duas mil sacas de soja por alqueire, na casa dos R$ 120 mil.
Os lavradores informam que entendem a importância da obra, no entanto não aceitam uma decisão unilateral para definir o valor de propriedades que conquistaram com tanto trabalho e dificuldades. “Queremos o que é justo, só isso”, conforme Plínio, que explica que, em função de o reservatório ser pequeno, as áreas serão apenas parcialmente inundadas. “Com isso, para dar sequência ao mesmo nível de plantio, o produtor rural terá de comprar outro pedaço de terra e manter duas sedes, o que tornará a operação mais cara e desgastante”.

390 famílias 


Com a formação de um reservatório de 15 quilômetros quadrados, 390 famílias de cinco municípios serão atingidas. A decisão é de apelar para o diálogo e para o bom senso, no entanto os rumos do movimento poderão ser endurecidos caso as outras partes envolvidas não cedam. Um dos que apostam na conversa é o prefeito de Capitão, Ivar Barea (PDT), que pede à Neoenergia que revise a tabela de valores e respeite o contexto das famílias e a realidade do mercado agrário regional, valorizado em função de áreas férteis e bons níveis de produtividade. A Hidrelétrica do Baixo Iguaçu é uma das obras previstas no PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, e está orçada em R$ 1,7 bilhão. No auge dos trabalhos, ela deverá gerar ocupação a três mil trabalhadores direta e indiretamente. A previsão é de que ela fique pronta três anos depois de iniciada e, em funcionamento, terá capacidade para atender mais de 1,5 milhão de habitantes. A autorização para o início dos trabalhos foi dada pelo Governo Beto Richa, já que a Copel é parceira no projeto, há cerca de 15 dias.

oparana.com.br

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