terça-feira, 25 de março de 2014

Atingidos recorrem ao governo do Estado

Na última semana, após a empresa responsável pela execução dos trabalhos na Usina do Baixo Iguaçu — Neoenergia — não ter comparecido para a reunião agendada, representantes dos atingidos se mobilizaram na sede da Companhia Paranaense de Energia (Copel), em Cascavel.
Segundo um dos membro da coordenação regional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Rodrigo Zancanaro, o objetivo da reivindicação era a definição de uma agenda com a direção da Copel e de uma audiência com o governador. Em função de uma agenda no município, o governador do Estado, Beto Richa, recebeu o grupo que representava os atingidos na quinta-feira (13). 
“Eles pediram para conversar comigo, tentando, mais uma vez, que nós possamos interceder junto à empresa que começa a construção da Usina do Baixo Iguaçu, a Neoenergia, portanto privada”, disse. Ele explicou que mesmo a Companhia Paranaense de Energia (Copel) sendo minoritária no empreendimento o governo poderá usar a força que tem e pressionar para um entendimento melhor.Conforme Zancanaro, o grupo pediu para que o Executivo do Estado faça a mediação e ajude na solução dos problemas dos atingidos, que a Copel e o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDS) — financiador da obra — disponibilize um valor para a construção de um plano de recuperação e estruturação das comunidades que vão ser atingidas e que o governo estadual crie ainda uma política para os atingidos. “Esses três pontos foram discutidos na conversa com o governador”, resumiu ele. 
Segundo Richa, já houve um aumento na avaliação das terras. Além disso, ele contou que o Estado tem como interlocutor o secretário especial de Assuntos Fundiários, Hamilton Serighelli, que é de fácil diálogo. “Assumi o compromisso com os produtores de já nesta segunda-feira [17] conversar com a Neoenergia para que eles possam ceder mais um pouco e privilegiar os proprietários de terras”.
Novas conversas
De acordo com Zancanaro, na sexta-feira (21) deverá acontecer uma reunião com a presidência da Copel. A ideia é retomar as discussões sobre o plano de recuperação das comunidades.
Quanto às políticas de direito, ficou acordado que haverá a construção de um grupo de trabalho do Estado, através das secretarias, deputados e atingidos. 
Caderno de preços
Sobre o caderno de preços — um dos principais pontos de reivindicação —, o membro do MAB falou que ainda não há nenhuma definição. Como a empresa não compareceu na reunião do último dia 12, os atingidos aguardam uma nova data para que o assunto possa ser retomado. “Há uma divergência grande de valores. Não tem um acordo ainda, pois a metodologia que empresa adotou para compor os valores não dá conta da desapropriação”, disse ele.    
diariodosudoeste.com.br - Marcelo Coan,  18 de Março de 2014

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