segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Sem muitos avanços, atingidos pela Usina do Baixo Iguaçu liberam canteiro de obras

Para a próxima terça-feira (17), quando deve acontecer uma nova reunião, a intenção do MAB é reunir um grande número de famílias atingidas

A ocupação iniciou na segunda-feira (9), mas foi encerada na última quarta-feira (11) (Foto: MAB)
Depois que na última segunda-feira (9), cerca de 300 moradores atingidos pela construção da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu ocuparam o canteiro de obras da concessionária Geração Céu Azul — empresa responsável pela construção e futura operação da usina—, nesta quinta-feira (12), após a intervenção da Secretaria de Assuntos Fundiários do Estado, houve o entendimento em alguns pontos que constavam na pauta das negociações.
Entre os pontos atendidos, a empresa garantiu que irá suspender a ação de interdito proibitório, que foi movida devido a ocupação do canteiro de obras e que previa uma multa de R$ 100 mil por dia. Em contrapartida, as famílias garantiram desocupar o canteiro de obras — que já teria acontecido antes do acordo.
Porém, segundo o membro da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Robson Sebastian Formica, a empresa ainda não apresentou a decisão da juíza que suspende o interdito proibitório. “O que houve foi o encaminhamento para a juíza”, disse ele.
Outro ponto acordado, de acordo com Formica, é que a empresa irá refazer o cadastramento sócio econômico das famílias, pois o que existe é de 2008 e neste, muitas residências ficaram de fora.
Também foi feito o acordo que em sete dias a empresa apresentará uma solução para todas as famílias que estão dentro do canteiro de obra, pois existem reclamações de que acordam na madruga com o barulho de máquinas ou de explosões. 
Embora alguns pontos tenham avançado, outros, conforme o membro da coordenação estadual do MAB, não tiveram evolução. Como as negociações finalizaram na quinta-feira (12), a ideia é que uma nova rodada de discussões inicie na próxima terça-feira (17).
Para Formica, se a empresa não recuar da intransigência e do método que usa para negociar com os moradores atingidos, o Baixo Iguaçu “vai ser um lugar aonde a construção de usinas hidrelétricas piorou a situação das famílias atingidas”, avaliou ele ao se referir a questão econômica e social. Segundo ele, até o momento nenhuma família do canteiro de obras teve a situação resolvida e que todas as posses foram através de ordens judiciais. “Nenhuma delas foi amigavelmente construída, discutida e acordada”.
Reuniões
Mesmo que as conversas e reuniões acontecem, o membro da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) disse que não há a participação de representantes da empresa com poder de decisão.
Para a próxima terça-feira (17), quando deve acontecer uma nova reunião, a intenção do MAB é reunir um grande número de famílias atingidas, entidades governamentais e não governamentais para expandir a discussão. “A gente acredita que se ficar na esfera local as famílias vão ser engolidas pela força, poder econômico e político da empresa”. A reunião acontecerá a partir das 10h, na comunidade Marechal Lott, em Capanema.  
Ocupação
Como foram abertas algumas conversas, na quarta-feira (11), segundo Formica, as famílias atingidas desocuparam o canteiro de obras e a empresa retomou as atividades.  
Fonte: Diário do Sudoeste Marcelo Coan

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